A temporada de 2024 começou muito bem para Max Verstappen, neste sábado (2), ele mostrou para qualquer um que ainda tivesse alguma dúvida com relação ao desempenho da Red Bull este ano – depois dos testes de pré-temporada terem indicado um carro um pouco mais inferior com relação ao ano passado – que ainda mantém a boa forma.
O tri campeão mundial conquistou a pole position no sábado, liderou a corrida de ponta a ponta, e ainda estabeleceu a melhor volta da corrida, que se chama de Grand chellem, ou simplesmente, uma corrida perfeita.
Verstappen já acumula cinquenta e cinco vitórias na Fómula 1, sendo o terceiro maior vencedor da categoria, atrás apenas de Michael Schumacher e Lewis Hamilton.
Como foi a corrida?
As expectativas estavam altas, Verstappen largaria de uma posição confortável, mas atrás dele estavam Charles Leclcerc (Ferrari) e George Russel (Mercedes) que certamente não deixariam que o holandês conquistasse a vitória tão facilmente, todos os pilotos apostaram em uma estratégia de tres paradas, largando de pneus macios. As luzes se apagaram e Verstappen fez uma ótima largada, com Leclerc seguindo logo atrás, Verstappen conseguiu abrir uma vantagem confortável do monegasco e a corrida seguiu sem maiores problemas para o atual campeão. O problema real foi para Leclerc, que tinha Russel logo atrás dele, pressionando, tentando tomar sua posição, nas tenções das primeiras voltas, vimos muitos pilotos ansiosos para subir no grid. Oscar Piastri (McLaren) tentou pressionar seu companheiro de equipe, Lando Norris, mas não conseguiu tomar sua posição.
Ainda na primeira volta, Nico Hulkenberg (Haas) teve um pequeno acidente com Lance Stroll (Aston Martin), o que fez com que Stroll caísse para a última posição, e mandou Hulkenberg para os boxes, para substituir a asa dianteira de sua Haas. Hulkenberg tinha começado na décima colocação, e poderia ter feito uma ótima corrida, não fosse pelo acidente. Houve uma bandeira amarela, mas sem maiores consequências para o resto da corrida.
Na terceira volta, enquanto Verstappen abria uma distância segura entre ele e Leclerc, George Russel se aproveitou de um erro cometido pelo piloto da Ferrari e acabou ultrapassando o monegasco. Mas Leclerc não desistiu tão fácil assim, perseguindo Russel o quanto podia para retomar a posição – o que acabou acontecendo mais tarde na corrida – fora o erro de Leclerc, seu ritmo de corrida parecia ter caído em desempenho, e ele reclamou que os freios dianteiros de seu carro não estavam tão bons, ele repetiu esse erro mais algumas vezes, o que acabou atrapalhando sua corrida, e custando várias posições.
No meio da briga entre Russel e Leclerc, a McLaren provou ter começado o ano de um jeito bem positivo – em contraste com o início desastroso da temporada do ano passado – Lando Norris se aproximava cada vez mais da briga, com Oscar Piastri logo atrás. Enquanto Leclerc sofria com Russel, Sergio Perez (Red Bull Racing) provou seu valor, o Mexicano tinha começado em quinto lugar, e com o decorrer da corrida foi ganhando posições até chegar em Leclerc.
Na volta sete, a pressão de Perez se provou demais para Leclerc, que acabou sendo ultrapassado pelo mexicano. Ele tentou um contra-ataque, mas não teve sucesso. Enquanto o ritmo de corrida de Leclerc diminuía, o de seu companheiro de equipe aumentava, Carlos Sainz notou ainda na volta nove que ele tinha mais capacidade de atacar os pilotos na sua frente.
“Eu sou mais rápido que esses carros na minha frente” Disse Sainz em uma mensagem de rádio, e assim ele foi batalhando no meio dos carros, até chegar em Leclerc.
Na décima volta, o carro de Logan Sargeant (Williams) apresentou uma falha, e por um momento pareceu que o americano iria ter que sair da corrida, mas ele acabou prevalecendo e voltando para a prova, apesar de ter perdido algumas posições no processo. Os problemas na Williams não se limitaram a Sargeant, Alex Albon reclamou através do rádio do novo volante da equipe, e pareceu ter problemas de ritmo durante a corrida.
Na volta onze, depois de uma batalha feroz que quase resultou em um acidente entre os companheiros de equipe, Carlos Sainz conseguiu ultrapassar Charles Leclerc. Enquanto isso, Sergio Perez se aproximava de George Russel, e nesse momento a Mercedes apresentou uma ótima estratégia, sabendo que Russel não seria capaz de segurar Perez, a equipe optou por mandar o britânico para os boxes, na mesma volta, Leclerc também foi trocar os pneus.
Muitos pilotos foram para os boxes até a décima terceira volta – Lewis Hamilton (Mercedes) e Oscar Piastri pararam para colocar pneus duros – e com as paradas, Fernando Alonso (Aston Martin) conseguiu assumir a terceira colocação, mas o Espanhol não tinha condições de se manter na corrida dessa forma.
Depois da primeira rodada de Pit Stops, a briga esquentou, Sergio Perez tomou a sexta posição que pertencia a George Russel. O britânico cometeu o mesmo erro que Charles Leclerc, freando na hora errada e dando muito espaço pelo lado de fora, Perez viu a oportunidade e aproveitou, continuando sua campanha depois de ter ido para os boxes na décima terceira volta.
Na volta dezessete vimos mais uma vez uma briga entre os pilotos da Ferrari, Sainz tomou de novo a posição de Leclerc, e provou que apesar de não ter mais um acento garantido na equipe Italiana para 2025, ele ainda tem muito valor como piloto. Agora na quarta coloação, Sainz só tinha que se preocupar com Russel – em terceiro lugar, seguido por Perez, que já tinha assumido a segunda colocação – e garantir um pódio.
Max Verstappen parecia tão alheio ao que acontecia atrás dele, ainda na volta dezoito ele já tinha cravado quinze segundos de vantagem no segundo colocado, e todas as vezes que ele parou para trocar os pneus, não chegou nem perto de perder a posição. Enquanto Verstappen ia para os boxes na volta dezoito, Sainz conseguiu tomar a terceira posição de Russel, conquistando o terceiro lugar.
A corrida seguiu em relativa calmaria, tivemos brigas interessantes em muitos momentos no meio do pelotão. Na volta 21, vimos a disputa entre Daniel Ricciardo (Racing Bulls) e Esteban Ocon (Alpine) valendo a décima quinta posição. Desta briga, podemos destacar que o desempenho da equipe júnior da Red Bull realmente parece mais consistente, o companheiro de Ricciardo, Yuki Tsunoda teve ótimos momentos durante essa corrida, principalmente sua tentativa de ultrapassagem para cima de Guanyu Zhou (Sauber), que conseguiu evitar uma eventual investida de Tsunoda devido a distância entre os dois.
Enquanto o fundo do grid lutava por pontos, Lewis Hamilton lutava contra seu próprio carro, o hepta campeão mundial errou nas configurações de seu equipamento – apostando em uma que supostamente seria mais confortável para ele – e por causa disso, ele teve problemas para chegar em Oscar Piastri, que se mantinha a uma distância próxima de Lando Norris. A situação parecia estável, mas longe de ser satisfatória.
A corrida continuou relativamente tranquila, Leclerc tomou a quarta posição de George Russel – demonstrando uma melhora de ritmo – na volta vinte e nove. Enquanto Carlos Sainz demonstrou ainda mais sua capacidade, na volta trinta e seis, o espanhol foi para os boxes e a Ferrari conseguiu fazer o pit stop mais rápido de todo o fim de semana, sendo uma parada de 2.2 segundos, ele nem sequer perdeu a posição.
Nos momentos finais da corrida, vimos que Fernando Alonso apresenta mais dificuldades com o carro do que no ano passado, primeiro ele foi ultrapassado por Lewis Hamilton – que assumiu a oitava colocação – e depois por Oscar Piastri.
Com os momentos finais se aproximando, Leclerc retomou a quarta posição de Russel de uma vez por todas, com uma ultrapassagem espetacular na volta quarenta e seis. Russel errou no mesmo ponto de onde ele tinha conseguido tirar a posição de Leclerc no começo da corrida, quase batendo no processo, o monegasco aproveitou sua chance e garantiu uma posição logo atrás de seu companheiro de equipe.
Nos momentos finais, a corrida continuou sem maiores surpresas, Perez estava a uma distância segura de Sainz, o suficiente para não sofrer ameaças, e na volta quarenta e oito, Fernando Alonso tomou a nona posição de seu companheiro de equipe, Lance Stroll.
Piloto do dia
Muitos pilotos mereciam o título de piloto do dia, Max Verstappen por sua excelência, Sergio Perez por ter feito uma excelente corrida de recuperação, mas no final foi Carlos Sainz Jr. que conquistou esse título, uma performance quase perfeita – se não fosse pelas limitações do seu carro – e o fato dele entregar uma corrida digna de um campeão, com muitas batalhas, principalmente contra o seu companheiro de equipe, Charles Leclerc.
Top 10
1º Max Verstappen | Red Bull Racing
2º Sergio Perez | Red Bull Racing
3º Carlos Sainz Jr | Ferrari
4º Charles Leclerc | Ferrari
5º George Russel | Mercedes
6º Lando Norris | McLaren
7º Lewis Hamilton | Mercedes
8º Oscar Piastri | McLaren
9º Fernando Alonso | Aston Martin
10º Lance Stroll | Aston Martin
Próxima Parada
A Fórmula 1 retorna entre os dias 07 e 09 de março para o GP da Arábia Saudita, no circuito de Jeddah.