Em jogo válido pela 6ª rodada do Paulistão, Santos e Corinthians entraram em campo na Vila Belmiro lotada para travar um duelo importante para a sequência da competição.
Para o Peixe, valia a afirmação de um time que tem mostrado muito futebol nesse começo de temporada. Mesmo após derrota no primeiro clássico do ano, contra o Palmeiras, o torcedor santista já via sinais de melhora, principalmente na postura do time em comparação ao último Campeonato Brasileiro. O jogo ganhou traços ainda mais especiais com a presença ilustre de Neymar, ídolo do Alvinegro Praiano, que acompanhava o jogo da tribuna.
Para o Corinthians, tratava-se de vida ou morte. Com quatro derrotas em cinco jogos, o Timão vivia seu pior começo de temporada no século, igualando 1999. Nesse cenário, Mano Menezes não resistiu à pressão e acabou demitido. No comando, de forma interina, o auxiliar Thiago Kosloski tentava evitar um resultado negativo e, de alguma forma, passar confiança ao elenco mesmo em meio a uma crise.
PRIMEIRO TEMPO
Logo no começo da partida, já podíamos ver a grande diferença entre os dois times. O Santos chegava fácil ao campo de ataque, principalmente com a qualidade da dupla de volantes João Schmidt e Diego Pituca. Em poucos passes, o Peixe trabalhava bem a bola e ameaçava o gol adversário.
O Corinthians mantinha uma postura defensiva, esperando o rival e buscando uma transição em velocidade. Com um jogo menos aproximado, o Timão tentava jogar pelas laterais e explorar a velocidade de Wesley e Romero.
Após cruzamento de Hugo e disputa na defesa santista, surge a polêmica do jogo. João Schmidt disputa pelo alto e atinge Maycon dentro da área. Os jogadores do Corinthians pediram pênalti, mas o árbitro Flávio Rodrigues de Souza mandou seguir.
O Santos usava Otero e sua qualidade na batida da bola para assustar o gol de Cássio. Foram em pelo menos três lances, em cruzamentos, que o Peixe chegava com muito perigo ao ataque, no que seria o caminho das redes. Aos 22 minutos, após cobrança de escanteio, João Schmidt, na risca da pequena área, sobe sozinho, cabeceia para o chão e abre o placar no Clássico Alvinegro.
O Corinthians parecia ter sentido o gol, mas tentava, principalmente em bolas alçadas na área. Romero, em uma dessas oportunidades, livre, cabeceia fraco, nas mãos de João Paulo. Em seguida, Wesley, em velocidade, cortou para dentro e chutou forte. João Paulo espalmou, e a defesa afastou o perigo.
O Santos explorava o lado direito da defesa corinthiana. Após boa arrancada, Hayner ajeita, Otero puxa para dentro e chuta no canto. Cássio segura firme. Guilherme, na mesma ponta, também tentou. Após driblar Fagner e Félix Torres, o atacante chuta colocado, e Cássio espalma.
A primeira etapa terminou com grande domínio santista, que jogava com tranquilidade em vantagem no placar.
SEGUNDO TEMPO
Na segunda etapa, o Santos mudou sua postura. Antes com a bola e dono do jogo, o time recuou e deu espaço para que o Corinthians chegasse com perigo. O Timão tentava explorar os espaços da defesa santista, mas mostrava fragilidades na criação de jogadas.
Após rebatida da defesa corinthiana, Willian Bigode chuta em direção à área. Nonato antecipa a defesa e desvia, a bola passa muito perto do gol.
Em boa trama entre Romero e Fagner na ponta direita, o lateral cruza, e Wesley, com espaço, cabeceia mal, por cima do gol de João Paulo.
Em bons contra-ataques, Pedrinho e Morelos desperdiçaram chances para o Peixe. Aderlan, sem querer, também assusta, após cruzamento que pega no travessão.
Rojas e Garro, em suspiro final, colocam João Paulo para trabalhar e fazer boas defesas, mas a noite parecia ser mesmo do Santos. Após o apito final, a torcida já podia comemorar a vitória do Alvinegro Praiano.
O Santos chegou à sua quinta vitória em seis jogos. Os expressivos quinze pontos no campeonato credenciam a equipe como líder isolada da competição.
Já o Corinthians, se afunda ainda mais em crise. À espera do novo técnico António Oliveira, o Timão soma sua quinta derrota nas seis primeiras rodadas, apenas três pontos no Paulistão.