Quando tinha 19 anos, Diogo Soares estreou nas Olimpíadas de Tóquio 2020 sem nenhuma expectativa além de ganhar experiência e acabou em 20º lugar na final do individual, top 20 entre os melhores ginastas do mundo.
Em outubro do ano passado, deu um passo mais largo à frente e se colocou entre os dez maiores do mundo ao terminar em 10º no Mundial de Ginástica Artística da Antuérpia. Em 2024, nasclassificatórias, Diogo optou na maioria dos aparelhos, por séries mais simples do que as no Mundial do ano passado.
A ideia era justamente garantir a classificação e partir para apresentações bem mais complexas na final. Com isso, se classificou em 19º entre os 24 finalistas, com 81.999 pontos.
Confira a performance do atleta em cada aparelho disputado:
Salto
Nas classificatórias, Diogo foi bem na dupla pirueta do salto, recebendo 14.200. Na final, o brasileiro fez a dupla pirueta e meia. Com boa postura e uma chegada elegante, apenas com um pequeno desequilíbrio, subiu para 14.500.
Paralelas
Diogo repediu a estratégia de aumentar o grau de dificuldade da série nas barras paralelas, saindo de 5.4 nas classificatórias para 6.0 na final. Dessa vez, no entanto, o efeito não foi o esperado. Diogo não chegou a cair das barras, mas teve momentos de hesitação nos movimentos e erros de postura que custaram muitos décimos na nota de execução, que caiu de 8.533 para 7.733. Mesmo com uma boa saída, um duplo mortal carpado cravado, sua nota final desceu de 13.933 para 13.733.
Barra fixa
Um dos melhores aparelhos de Diogo na etapa classificatória foi abarra fixa, quando conseguiu a excelente nota de 14.133, em uma série de dificuldade 5.6. Na final, outro grande aumento na complexidade, que passou para 6.2. Diogo executou bem um giro de 360 graus num braço só e um Katchev com pirueta, mas titubeou em outros momentos. Com novos descontos em desequilíbrios, teve mais uma queda na pontuação, que baixou para 13.733.
Solo
Aqui, finalmente Diogo teve de novo um aumento na nota em relação à classificatória de apenas 0.033. Mesmo sofrendo uma penalidade por ter pisado fora do tablado em uma das aterrissagens, Diogo ficou com 13.133, um pouco acima dos 13.100 da prova de sábado. Dessa vez, o grau de dificuldade foi rigorosamente o mesmo: 5.4 nas duas apresentações. Ao final dessa quarta rotação, Diogo ocupava um excelente 12º lugar.
Cavalo com alças
Seguiu para o cavalo com alças aparentando exaustão. Ainda assim subiu o grau de dificuldade de 5.4, no sábado, para 6.2, nesta quarta. Diogo caiu duas vezes durante a apresentação, parecendo estar tonto. Dos 13.600 que tirou nas classificatórias, baixou para 11.566.
Argolas
Por sorte, o ginasta brasileiro seria o último a se apresentar nas argolas, o que deu tempo para ele descansar e recuperar as forças antes do último aparelho. E mesmo com as quedas no cavalo, manteve a estratégia e subiu a dificuldade de sua série de 4.5, nas classificatórias, para 4.8, na final. Mas novamente tirou uma nota menor, descendo de 13.033 para 12.033.
Resultado final
Com apenas 78.698 pontos somados, o ginasta acabou na penúltima colocação, 23º dos 24 finalistas. A medalha de ouro ficou com o japonês Shinnosuke Oka, com a prata e o bronze para dois chineses, Zhang Boheng e Ruonteng Xiao, respectivamente.
Diego mostrou um potencial gigantesco para chegar em Los Angeles 2028 com séries difíceis, apenas precisando de ajustes. Em 2028, ele terá 26 anos, idade em que os ginastas costumam estar em sua melhor forma e poderá disputar novamente a competição.