Nesta terça-feira, 30, na Bercy Arena, as brasileiras fizeram um espetáculo à parte e conquistaram o pódio histórico nas Olimpíadas de Paris.
A veterana Jade Barbosa, finalista também em 2008, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade, que estão no terceiro ciclo olímpico, e a estreante e já finalista olímpica individual Julia Soares formaram a equipe brasileira para a competição.
A modalidade estava entre as maiores chances de medalha para o Brasil em Paris 2024.
Rebeca Andrade brilha nas barras
As brasileiras iniciaram a primeira rotação nas barras paralelas. No aquecimento, Flávia Saraiva sofreu queda feia e preocupou a comissão técnica da equipe. A brasileira precisou de atendimento médico por machucado no supercílio, mas seguiu na competição.
Lorrane Oliveira abriu a participação brasileira no aparelho e fez a série segura, com poucas falhas. Na saída, a ginasta não cravou a rotina, mas recebeu nota de 13.0. Na sequência, Flávia Saraiva se apresentou com tranquilidade, completou a série sem erros e recebeu nota de 13.666.
Em estreia brilhante na grande decisão, Rebeca Andrade começou a final com série cravada e sem erros na barra assimétrica. Após apresentação fantástica, a ginasta recebeu a maior nota do Brasil no aparelho: 14.533 pontos.
Júlia Soares sofre queda na trave
Na trave, porém, Julia Soares não conseguiu repetir a boa atuação das eliminatórias e chegou a cair do aparelho, tirou só 12,400. Na sequência, Flavinha teve dois desequilíbrios, mas se manteve em cima da trave e tirou 13,666.
Era importante que ela acertasse a série para o Brasil recuperar o que perdeu nas eliminatórias, quando caiu. Isso só aconteceu parcialmente, enquanto a China viu Qiyuan Qiu acertar sua apresentação e tirar 14,600. Rebeca também precisou se segurar na trave, e saiu com 14,100
Rebeca levanta Arena Bercy ao som de Beyoncé e Anitta
O Brasil terminou as duas primeiras rotações na sexta posição, mas seguiu com a esperança de subir no ranking. Júlia Soares abriu as coreografias brasileiras no solo com série cravada e animou a torcida na BercyArena ao som de Raça Negra e Édith Piaf. Em meio a sorrisos, a brasileira recebeu nota de 13.233.
Em seguida, Flávia Saraiva se apresentou ao som da tradicional dança francesa conhecida como cancã. A ginasta cravou as quatro sequências acrobáticas da coreografia, animou a torcida presente na arena e concluiu o solo com um sorriso no rosto, com nota de 13.533.
Para fechar as apresentações do Brasil no solo, Rebeca Andrade levou a torcida à loucura com a coreografia ao som de Beyoncé e Anitta. Cumpriu todos os requisitos exigidos, conectou as sequências acrobáticas e teve apenas um desequilíbrio após salto. Apesar da falha, a favorita do Brasil terminou bem a série e recebeu a maior nota brasileira do aparelho: 14.133.
Salto decisivo era o passaporte para o bronze brasileiro
A experiente Jade Barbosa abriu para a equipe com duplo Yurchenko, deu um passo para trás e terminou com um pé fora do limite. Devido à falha, a ginasta recebeu apenas 13.366. Na sequência, Flávia Saraiva apresentou boa execução em dupla pirueta, com apenas um passo à frente ao cair. A apresentação levou o Brasil a uma boa parcial, com nota de 13.900 para Flavinha.
O Brasil dependia do salto de alta dificuldade de Rebeca Andrade para levar uma medalha. Ciente disso, a brasileira fechou a participação da equipe brasileira na final com um Cheng de execução praticamente perfeita. Rebeca recebeu nota de 15.100 e colocou a equipe verde-amarela no pódio ao fim da competição.
Resultado geral
As brasileiras garantiram o pódio apenas na última rotação, com salto praticamente perfeito de Rebeca Andrade. Um dia para ficar marcado na história do esporte brasileiro com o grande destaque para o salto de Rebeca Andrade, que somou 15.100 pontos.
Estados Unidos, com equipe liderada por Simone Biles, terminaram com a medalha de ouro. A Itália adquiriu a prata olímpica, por um ponto de distância para o Brasil, que ficou em terceiro colocado. A diferença para a Grã-Bretanha foi de apenas 0,234.