F1: Max Verstappen vence o GP da Arábia Saudita

Se o clima nos bastidores da Red Bull parece tenso, nas pistas, a equipe austríaca vem tendo uma performance ideal. Neste sábado (9), Max Verstappen conquistou a
vitória de número cinquenta e seis de sua carreira, a nona consecutiva se formos contar com as do ano passado – o recorde é de dez, e pertence ao próprio Verstappen – outra marca importante que o tri campeão alcançou foi o seu centésimo pódio na carreira.

E para melhorar o início perfeito da Red Bull na temporada, Sergio Perez conseguiu mais uma vez uma vaga no pódio em segundo lugar, a segunda dobradinha da Red Bull nesta temporada.

Como foi a corrida?

Já na volta de apresentação, pairava a ideia de mau presságio, quando Pierre Gasly (Alpine) relatou problemas em sua marcha de cambio. Em questão de alguns segundos, ainda na primeira volta, Gasly foi chamado para os boxes e foi forçado a abandonar a corrida. Mesmo assim, para os outros pilotos, a corrida seguiu normalmente. Mais um incidente – um que ocorreu ainda antes da largada – foi Lando Norris (McLaren) queimando a largada, ato que só foi penalizado muito depois.

Max Verstappen largou muito bem, Charles Leclerc (Ferrari) tentou acompanhar, mas se viu exprimido pelo companheiro de equipe de Verstappen – Sergio Perez – mas o monegasco da Ferrari não cedeu tão facilmente á pressão de Perez, que eventualmente o ultrapassou.

Enquanto Leclerc brigava com Perez, Verstappen abria uma vantagem confortável dos dois. No fundo do pelotão, o piloto estreante substituto de Carlos Sainz – Oliver Bearman – largou da décima primeira posição, era esperando que o jovem piloto de apenas dezoito anos fizesse o mínimo e terminasse a corrida dentro da zona de pontuação, mas já no ínicio ele mostrou enorme competência, disputando posições com Yuki Tsunoda (Racing Bulls).

As grandes emoções foram interrompidas quando, na volta seis, Lance Stroll (Aston Martin) bateu o seu carro, o canadense foi obrigado a abandonar a corrida, e o safety car foi trazido à pista. Atrás do safety car, quase todos os carros foram para os boxes, apostando em uma estratégia de apenas uma parada, vale destacar que, entre os carros que não foram para os boxes durante a presença do safety car tiveram uma melhoria significativa em suas posições. Esta estratégia de ir para os boxes um pouco mais tarde deu a Lando Norris a liderança da corrida, mas em algumas voltas, Verstappen conseguiu ultrapassar o britânico e abrir uma vantagem entre ele e o segundo colocado que variava de seis a oito segundos – muito menor do que na corrida anterior.

Na confusão dos pit stops, Sergio Perez quase causou uma colisão com Fernando Alonso (Aston Martin), o incidente foi anotado e Perez recebeu uma punição de cinco segundos. A corrida seguiu, Oliver Bearman fez tudo o que podia e ultrapassou Yuki Tsunoda, ainda na décima volta, Oscar Piastri (McLaren) tentou atacar Leclerc, mas não teve sucesso. O monegasco estava confortável na terceira posição e foi abrindo uma vantagem larga o bastante para não ser incomodado. Da atuação de Leclerc, vale também destacar a ultrapassagem dele em cima de Lewis Hamilton (Mercedes), seu futuro companheiro de equipe, Leclerc teve um desempenho muito melhor nesta etapa, sem apresentar problemas maiores em seu carro – um pequeno problema em seu pit stop, mas nada gritante o suficiente para atrapalhar sua corrida.

Um dos grandes acontecimentos deste final de semana foi, com toda a certeza, a chuva de punições distribuídas pela FIA – federação internacional de automobilismo – primeiro, o incidente de largada de Lando Norris demorou um tempo considerável para ser reconhecido, logo depois houve o incidente de Sergio Perez nos boxes. Mas com certeza, quem mais sofreu com punições foi Kevin Magnussen (Haas), apesar de que foram merecidas. Magnussen foi punido em duas ocasiões separadas, uma por causar uma colisão com Alex Albon (Williams), outra por ultrapassar fora da pista. Ambas as punições foram de dez segundos.

No que se diz respeito às batalhas em pista, e ultrapassagens, podemos destacar algumas no meio do pelotão, inclusive uma batalha entre Esteban Ocon (Alpine) e Alex Albon pela décima quinta posição. Já na volta vinte e nove, o estreante Oliver Bearman passou o veterano Nico Hulkenberg (Haas) com uma facilidade incrível, demonstrando seu talento e competência. Na mesma volta, Yuki Tsunoda passou Kevin Magnussen, que se aproveitou de um erro do japonês e recuperou a posição, logo na mesma curva. Apesar da gafe, é importante notar que Tsunoda começou o ano muito melhor que seu companheiro de equipe – Daniel Ricciardo – o que levanta possibilidades, e uma rivalidade interessante na equipe júnior da Red Bull.

Enquanto o meio e o final do pelotão se afogavam, Oscar Piastri sofria para alcançar Lewis Hamilton, o jovem australiano da McLaren tentou várias vezes ultrapassar o heptacampeão mundial, mas não teve sucesso, mas na volta trinta e cinco, Piastri se aproximou o suficiente e finalmente passou. A felicidade de Piastri durou pouco, porque ainda na mesma volta ele deu escapada pra fora da pista e Hamilton o ultrapassou.

Um pit stop demorado de Lando Norris, deu a Oliver Bearman a sétima posição, e enquanto Norris se preocupava com Hamilton, o jovem piloto da Ferrari conseguiu desfrutar de uma posição agradável em sua primeira corrida na Fórmula 1.

Nas voltas finais, já estava claro o resultado, Verstappen estabeleceu uma vantagem confortável em relação a Pérez, Leclerc correu bem, mas no fim estava isolado em terceiro lugar, sem ameaça alguma. E o grande ponto de interrogação ficou na briga de Norris e Hamilton, que não resultou em nada interessante.

Piloto do dia

Oliver Bearman tem pouca experiencia em carros de Fórmula 1, tendo caído de paraquedas na terceira sessão de treino livre deste final de semana para substituir Carlos Sainz, que está com apendicite. Era esperado pouquíssimo do rapaz, apenas que ele terminasse dentro da zona de pontuação e não criasse problemas, mas ele acabou surpreendendo. Por ter largado em P11 e terminado em P7, ele provou que mereceu a nomeação de piloto do dia – e acima de tudo, talvez tenha valido mais a pena ainda ter que perder a corrida na Fórmula 2, onde ele tinha conquistado a pole position na quinta feira.