Nesta quarta-feira (31), foi anunciado que a equipe americana Andretti –comandada pelo ex – piloto de F1, Michael Andretti– não irá participar do campeonato mundial de F1 como a 11° equipe do grid. A notícia veio como um choque porque, em outubro de 2023, a equipe tinha conseguido a aprovação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Apesar de rejeitada, foi deixada uma porta aberta para a equipe ingressar na categoria a partir de 2028, junto à GM (General Motors) que tem um projeto de motor de F1 até 2028. Por enquanto, a F1 entendeu que o fato da equipe precisar de uma fornecedora de motores de forma “compulsória” não agregaria nada à categoria.
No comunicado oficial, a categoria contestou a necessidade de uma 11° equipe no grid por entender que a equipe em si não traria valor algum à categoria, e sim o contrário.
“Nosso processo de avaliação estabeleceu que a presença de uma 11ª equipe não proveria, por conta própria, valor ao campeonato. A forma mais significativa em que um novo integrante poderia trazer valor é sendo competitivo, em particular disputando pódios e vitórias em corridas. Isso consideravelmente aumentaria o engajamento de torcedores, assim como o valor do campeonato aos olhos de acionistas e fontes de receita, como emissoras e promotores de corrida. […] Não acreditamos que a candidata seria uma participante competitiva”. Declarou a F1.
O grande drama da Andretti:
Depois de ter conseguido a aprovação da FIA, a Andretti vinha fazendo preparativos para estrear na categoria, ontem (30) foi divulgado um vídeo de um protótipo de carro no túnel de vento, o modelo em questão foi produzido em uma fábrica da Toyota, na Alemanha. A equipe também já fazia investimentos em infraestrutura.
Com a recusa, pode-se entender que a Fórmula 1 atende aos desejos das demais equipes no grid. No ano anterior, logo depois da FIA ter aprovado a candidatura da Andretti, Lawrence Stroll, dono da Aston Martin, sinalizou seu descontentamento com a decisão.
“Acho que a F1 está indo muito bem como negócio no momento e o esporte nunca esteve em melhor forma. Eu acredito que você não deveria consertar algo se não estiver quebrado. Portanto, acredito firmemente que está funcionando muito bem com 10 equipes no momento e acredito que é assim que deve continuar.
Michael Andretti já havia criticado a postura contrária das equipes com relação a este assunto.
“É tudo sobre dinheiro. Eles acham que vão ter que diluir um décimo de sua premiação anual, mas também ficaram muito gananciosos pensando que levaremos todos os patrocinadores americanos. É tudo sobre ganância e olhar para si mesmo, não para o que é melhor pro crescimento geral do campeonato.” Disse Michael na ocasião.
Ainda no comunicado oficial, a Fórmula 1 ressaltou a preocupação com uma eventual pressão financeira para os promotores de corridas.
“A adição de uma 11° equipe representaria um fardo operacional para os promotores de corridas, sujeitaria alguns deles a custos significativos e reduziria os espaços técnicos, operacionais e comerciais dos outros concorrentes.”
As operações da Andretti na F1 são comandadas por Michael Andretti, que correu pela McLaren em 1993. Filho do campeão mundial de 1978, Mario Andretti. Nas redes sociais, Mario diz estar “devastado” com a notícia.
“Estou devastado, não direi mais nada porque não consigo encontrar palavras além de devastado.”
A Fórmula 1 volta em 2 de março para a primeira corrida da temporada de 2024 no Bahrein.