Na última segunda-feira(30), foi realizada a 67ª cerimônia do prêmio de melhor jogador do mundo, a Bola de Ouro. O evento anual é apresentado pela France Football e tem como característica presentear o melhor jogador de futebol na temporada.
Para isso, quase 200 jornalistas altamente qualificados de seus respectivos países têm seus votos computados. O atleta com a maioria dos votos é declarado vencedor. E pela oitava vez, alguns concordem ou não, a bola de ouro ficou com o genial Lionel Messi.
Messi é infinito
Lionel Messi é um jogador espetacular mas, este argentino em particular foi com toda a certeza o grande futebolista deste século, para alguns o maior de todos os tempos. Impressionando com sua habilidade dentro do campo e seu comportamento fora dele. Um símbolo máximo para esta geração do bom futebol.
Carismático e humilde, uma pessoa que apesar de todas as regalias ainda demonstra ser aquele garoto de Rosário que saiu da Argentina com o talento da sua juventude e um sonho. Sonho este que muito antes da cerimônia de hoje, que garantiu sua oitava bola de ouro, já estava plenamente realizado.
Talvez um jogador que lembre o estilo de Zico fora de campo com uma vida mais reservada, mais tranquila menos, digamos apresentável aos holofotes no melhor dos sentidos, distante desse estilo de seu grande antagonista no planeta bola no que diz respeito a conquistas, Cristiano Ronaldo, que rendeu não só a Messi mas também a toda uma geração um duelo no mínimo espetacular entre dois estilos distintos de pessoa e de jogador, ambos fantásticos a sua maneira.
E quem diria que essa disputa foi resolvida? Em títulos talvez pelas 3 bolas de ouro de vantagem do craque portugues ou de sua conquista pela seleção a copa do mundo. A verdade é que isso só tornou a pulga ainda mais artística e com uma história ainda mais romântica.
Mas assim como na vida, tratou a bola com calma e a manteve mais próximo de seu pé. Mais próxima do equilíbrio, e que equilíbrio não? Como era difícil parar Lionel Messi, como era difícil até mesmo derrubá-lo. Fã ou não, que amante desse esporte não se recordaria dos dribles incríveis e suas tricotadas mantendo a bola tão próxima do pé nas temporadas de 10-11 ou 11-12? Ou de suas especialidade em bolas paradas sua facilidade em mudar completamente de direção numa arrancada com tanta facilidade.
La Liga pôde presenciar melhor sua magia, mas os zagueiros adversários com toda certeza em seu tempo já tiveram tardes e noites complicadas diante de Lionel Messi. Com 68 jogos, 47 gols e 29 assistências durante a temporada de 22/23 ele mantém uma média absurda desde 2009 de participação em eventos chave dentro de campo. Ou seja, situações que levem diretamente para o gol quase sempre em suas equipes se o gol é o resultado a bola passou pelos pés de Messi.
Mesmo agora com 36 anos, o craque argentino demonstra claros sinais de que ainda pode render muito dentro do futebol, não apenas no Miami, que claramente pouco foi parâmetro para o prêmio, mas em sua seleção que até então é primeira colocada nas eliminatórias da copa do mundo.
Messi e sua Copa
Por muito tempo antes da conquista da Copa do Mundo pela Argentina que teve Lionel Messi brilhando se falou a frase: “essa é a copa do Messi”. Se sua obstinação, aquilo que faltava ao craque, aquilo que o consagraria entre os maiores ou o tornaria talvez o maior. Até conquistala ele não era maior nem que seu ídolo Diego Maradona. E agora é imenso e até mesmo eterno, como ele.
Com tudo essa frase teimou a se tornar realidade, primeiro em 2010 na África do Sul com Maradona como treinador. A Copa de Messi? Não segundo a Alemanha que tirou a Argentina nas quartas de final, e aí veio de fato uma grande equipe para um grande craque. Em 2014 mais uma chance, e se traumático para os brasileiros traumático a suas proporções para os argentinos e para Messi. Mais uma vez diante da Alemanha na final.
Em 2018 uma bagunça sem fim na seleção que ainda proporcionou o melhor jogo daquela copa contra a frança num lindo 4 a 3. A Argentina eliminou o fim para Messi? Nas copas talvez, pois ele ainda conquistaria mais prêmios como melhor do mundo deixando Ronaldo para trás. Tudo vinha cedo ou tarde para Lionel Messi. Mas a Copa realmente teimava.
Teimou a tal ponto que o jogador chegou a dizer que não jogaria mais pela seleção após derrota dura contra o Chile na Copa América. Mas a perseguição por sua copa por sua vez e pelo tricampeonato dos hermanos seguiu. E que bom que sim pois tivemos na copa de 2022 uma das maiores finais da história do futebol. França e Argentina 3×3 seguido de penalidades.
A copa foi tão de Messi quanto de Mbappe mas a decisão final o que definia o término da jornada sorriu para Messi e para Martinez no gol da Argentina. Argentina foi a campeã e isso já deixava Mbappe candidato direto a disputa de melhor do mundo em condições complicadas.
Halland e Mbappe
A temporada na Europa ainda teria muitos meses mas para Mbappe as chances não eram boas o PSG que comandava não conseguiu grandes coisas na Champions League e foi desclassificado logo no início do mata-mata e o que ele vinha fazendo no Campeonato Francês não tinha tanta visibilidade. O craque francês de fato correria por fora nesta disputa. Mesmo fazendo uma excelente temporada.
Halland parecia candidato direto a destronar Messi este ano, já que assim como Mbappe o noruegues não para de marcar se tornando artilheiro do ano inclusive com 56 gols. Mas muitos deles na Premier League, o que tem um peso diferente de marcar no francês e outros deles na campanha histórica do Manchester City.
Halland podia até não ser o favorito aos olhos da crítica, mas após o City vencer tudo ou quase tudo que podia, inclusive conquistando sua tão sonhada Champions League ele realmente se colocava numa condição vencedora. Injustiça? Talvez com Halland isso possa ser discutido, pois a copa ocorreu no ano passado. É difícil ver o que pesou contra Halland de fato, mas por outro lado é fácil ver o que pesou a favor de Messi.
Top 10 da bola de ouro 2023
- 1.Lionel Messi (Inter Miami, PSG)
- 2.Erling Haaland (Manchester City)
- 3.Kylian Mbappé (PSG)
- 4.Kevin de Bruyne (Manchester City)
- 5.Rodri (Manchester City)
- 6.Vinicius Jr. (Real Madrid)
- 7.Julián Álvarez (Manchester City)
- 8.Victor Osimhen (Napoli)
- 9.Bernardo Silva (Manchester City)
- 10.Luka Modric (Real Madrid)